sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Deixar ir.

            É estranhamente dolorida a ideia de deixar ir, a ponto de trombar com uma pessoa na rua, e soar aquele pensamento que costuma entristecer os olhos “Eu costumava conhecer aquela pessoa, sorrir com ela...”, algo se movimenta em você, então silenciamos e seguimos.
            Deixar ir, confundimos ás vezes, como nunca termos pertencido.
            Pertencemos quando nos entregamos, aos momentos, aos sorrisos, a amizade, ao carinho, as confidencias, a todas as vivencias, pertencemos as relações, e em um dado momento elas se transformam.
            Então, nos deparamos com aquela pessoa, e ficamos imaginando, “será que ela se lembra?” nos também vamos passar direto, com o ar de que nada aconteceu, assim como ela, nos vamos pensar, assim como elas, em como é dolorida essa parte da história, onde as coisas acabam.

            Vamos trabalhar na ideia de que realmente não sabemos o que significamos para o outro, e talvez, nunca vamos saber, porque partir, não significa esquecer. 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Desenhos na Parede e a Psicologia


Chegou a hora de fazer a faxina, retirar o que já não é necessário, ou velho demais, tirar toda a sujeira, e criar um espaço agradável para o novo que for vir, seja ele qual for. 
Ao retirar os desenhos da parede, uma emoção tomou conta de mim, e por um momento, eu quis deixar todos ali, e talvez justamento por essa emoção permiti que permanecessem por tanto tempo...
Cada um deles, cada assinatura, e cada cor que ultrapassava o contorno do desenho, tem uma história, um motivo pra estar ali... A lembrança de um serzinho tão pequeno me estendendo os braços e dizendo “ tia cola pra mim...”, deixando assim uma lembrança, uma marca de tudo que me ensinou durante o tempo que permaneceu...
“Tia, fica melhor se fizer o contorno com a canetinha.”
“Se você prometer que cuida delas, eu te empresto as minhas canetinhas.”
Algumas vezes, com ar de timidez e ousadia deixamos nossos desenhos na parede, muitas vezes, não podemos fazer muito, não podemos ficar muito tempo, muitas vezes não vamos entender de onde surge tanta força pra enfrentar tantos momentos difíceis, e como esses rostos não deixam de ser sorridentes. Muitas vezes, vamos aprender mais que ensinar.

Retirar os desenhos me fez lembrar de cada rosto, de cada história, de cada momento, uma nostalgia doce e singela se presente em mim, uma saudade gratificante, por saber que mesmo tendo algo deles, eles também levaram algo de mim.
Hoje, era exatamente lá que eu queria estar, e foi para esse momento que caminhei os últimos 4 anos, sem saber como ir, ou para onde, com um medo insano e muitas vezes dominador, a parede me lembrou o que tenho feito, e pensar em para que tenho feito.
Não significa necessariamente mudar uma vida, uma história, mas sim proporcionar um momento, o mais simples, o mais singelo e talvez o mais profundo, trazer o que a pessoa precisa naquele instante, e mesmo que pareça insignificante, acredite, não é.
Às vezes precisamos fazer a limpeza, e retirar algumas coisas de vista, se desfazer de alguns objetos, para que então, possa

mos guardar novos objetos, e ter novas lembranças, abrir espaço e receber o que é novo de braços abertos. O que passou, já marcou, já está ali, já  transformou da forma que poderia transformar.
Olhando para a porta de vidro fechada... 
“Tia não lembro mais de como é lá fora, ou de como é vento.”
“Vem aqui, eu abro a porta pra você”.
São momentos, que farão sentido, e serão necessários, para uma reflexão, para um movimento do individuo, para o que ele quiser que seja. E seja como for, quando por um momento você sentir que fez a diferença, e validar a sua importância, e a importância do seu trabalho, será gratificante. 

sábado, 11 de janeiro de 2014

Amor de irmão...


Se lembra de quando nós dois éramos crianças, você passava seu tempo me provocando? Eu ia chorando pedir proteção para a mamãe, mas ela brigava comigo, porque eu era a escandalosa? Quem diria que nós dois iríamos no dar tão bem.
Das brigas e brincadeiras de infância, das noites que passávamos pedindo ao papai do céu para que tudo ficasse bem. Dos puxões de cabelos aos meus gritos extremamente irritantes, da divisão injusta dos seus carinhos, só porque eles eram seus, as peças de domino que eram usadas nas repartições das casas que criativamente construíamos, e a divisão injusta dos moveis, só porque eles eram meus.
Assim nós fomos crescendo, desde muito pequena, eu sabia que poderia contar com você, que você era o maninho que puxava os meus cabelos, mas era o mesmo que iria me proteger e cuidar de mim, sempre que preciso.
Hoje estou tão orgulhosa de você, pelo homem que você tem se tornado, pelo irmão companheiro e amigo que você é, você tem corrido atrás dos seus sonhos, e acreditado em si mesmo, tem sido uma inspiração.
Você me surpreendeu quando decidiu que iria estudar, mas o resultado da sua decisão não me surpreende, eu sempre soube, e sempre acreditei em você, na sua capacidade, confesso que se saiu muito melhor do que eu imaginava...
Estou muito feliz por você, por compartilhar esse momento, por sermos amigos além de irmãos, por sermos família...
Eu desejo que essa seja somente uma das suas muitas conquistas, quero que saiba que estou com você nos seus sonhos, quero vê-los tornando-se realidade.

Eu te amo muito, e é esse tipo de amor que nunca morre, você é um pedaço de mim, andando por ai.