quarta-feira, 22 de abril de 2015

Na hora da canção em que eles dizem baby...

             Secretamente, ou não, buscamos amor, e mais que amor, procuramos um sentido no que é compartilhado. Mas não, não diga que me ama, não me chame de amor, e não me traga flores, nos conhecemos ontem, é só e é simples.
               Nessas noites aleatórias, com sorrisos diferentes, não leve flores, não faça planos, se na hora da canção em que eles dizem baby, você não sabe o que dizer, então, não fale sobre amor, lide com a solidão, com a carência, com o enorme desejo de pertencer, lide consigo mesmo, sem incluir o outro na sua projeção de um amor intenso para essa noite, felizes para sempre até o amanhecer.
                Estar só é um ato de coragem, e opcional ou não, é dolorido ás vezes, mas reconhecer que há apenas uma paz pairando no coração e mais nada, é extremamente assustador, e se eu nunca amar novamente? E se o coração não voltar a acelerar, se a ligação especial não mais existir, se os finais de semana forem pra sempre avulsos, se em cada festa houver apenas o sorriso encantador e o cheiro diferente e nada mais? Se for apenas eu, os seriados, a pipoca e o vinho, cerveja, suco ou coca-cola, que seja? E se, eu for livre, pra sempre?
                De frente com o desamparo, o desespero, o nada, somente eu, eu e o abismos a minha frente, talvez não seja tão ruim assim, pois quando essas perguntas não forem mais assustadoras, quando não levar flores para desconhecidos mascarando o vazio e o medo da solidão, quando ser livre para sempre for uma boa ideia, talvez o amor se aconchegue.
                Quando na hora da canção em que eles dizem baby você não souber o que dizer e a canção soar como uma linda melodia e só, quando um simples alguém, não fizer planos, não te jurar amor eterno, não lhe prometer amor mais que a própria vida, quando não precisar mais de palavras, quando for verdadeiramente seu, ai então, quem sabe, alguém, sem promessas, te transborde.