Secretamente, ou não, buscamos amor, e mais que amor, procuramos um
sentido no que é compartilhado. Mas não, não diga que me ama, não me chame de
amor, e não me traga flores, nos conhecemos ontem, é só e é simples.
Nessas noites aleatórias, com sorrisos diferentes, não leve flores,
não faça planos, se na hora da canção em que eles dizem baby, você não sabe o
que dizer, então, não fale sobre amor, lide com a solidão, com a carência, com
o enorme desejo de pertencer, lide consigo mesmo, sem incluir o outro na sua
projeção de um amor intenso para essa noite, felizes para sempre até o
amanhecer.
Estar só é um ato
de coragem, e opcional ou não, é dolorido ás vezes, mas reconhecer que há
apenas uma paz pairando no coração e mais nada, é extremamente assustador, e se
eu nunca amar novamente? E se o coração não voltar a acelerar, se a ligação
especial não mais existir, se os finais de semana forem pra sempre avulsos, se
em cada festa houver apenas o sorriso encantador e o cheiro diferente e nada
mais? Se for apenas eu, os seriados, a pipoca e o vinho, cerveja, suco ou
coca-cola, que seja? E se, eu for livre, pra sempre?
De frente com o
desamparo, o desespero, o nada, somente eu, eu e o abismos a minha frente,
talvez não seja tão ruim assim, pois quando essas perguntas não forem mais
assustadoras, quando não levar flores para desconhecidos mascarando o vazio e o
medo da solidão, quando ser livre para sempre for uma boa ideia, talvez o amor
se aconchegue.
Quando
na hora da canção em que eles dizem baby você não souber o que dizer e a canção
soar como uma linda melodia e só, quando um simples alguém, não fizer planos,
não te jurar amor eterno, não lhe prometer amor mais que a própria vida, quando
não precisar mais de palavras, quando for verdadeiramente seu, ai então, quem
sabe, alguém, sem promessas, te transborde.
*-* apaixonei
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